2.4.09

sobre o passado

hoje vi algumas fotos velhas. velhas mesmo, de quase um ano atrás, além de me impressionar com o tamanho que eu estava, me impressionei com outra coisa: deu vergonhazinha por eu ter feito as coisas que eu fiz. não todas as coisas, mas algumas. vergonhazinha, quase como uma vergonha alheia. em um ano suas concepções mudam absurdamente, coisas são incorporadas, outras descartadas.

hoje senti vergonha de mim mesma, e ainda foi de uma daquelas coisas que a gente nunca acha que sentirá vergonha na vida. você já se deparou com isso? deu vergonha de tudo, do que foi, do fim que teve, do jeito que eu me senti depois, que medo! foi bem o tipo de situação que todo mundo percebia e eu não, aquele tipo de situação que você só consegue reparar quando está fora dela.

as fotos em questão foram umas que eu devo ter visto só uma vez, estavam em um arquivo compactado nomeado como "para jo", como tenho boa memória, nem lembrava o que existia para mim. como tenho preguiça de descompactar qualquer arquivo, então só vejo uma vez pra ver se tem alguma coisa que eu ache interessante. MEU DEUS (na falta de uma interjeição melhor, vai essa mesmo), eu estava uma baleia, bizarrinha, com uma cara de otária por uma pessoa que conseguia ser muito mais otária que eu e eu não percebi até uns dois meses atrás. quer figura mais horrível de si mesma do que isso?

o problema da história (ou solução, dependendo do ponto de vista...) é que as pessoas mudam muito e constantemente. o que acarreta na mudança de visão: o que era bonito não é mais, o que era legal passa a ser despresível, e o ser em questão passa a sentir vergonha de ter feito algo. nunca tinha sentido isso com tanta intensidade, fiquei com vergonha de mim, e o pior, no meu caso, nem foi uma daquelas coisas de quando se tem vinte anos e vê algum diário de quando tinha treze. foi mais ou menos há um ano atrás. só agradeço por não ter mais aquela aparência nem por estar cega como naquela época. ufa!

desconfio que isso seja obra do ego ausente. to começando a ficar com medo de verdade dessa história de não ser mais a melhor do mundo... é bom, porque assim eu aprendi a não cometer os mesmos erros. resoluções de março. adoro.

Um comentário:

Anônimo disse...
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