27/03/07

olá, tenho quatroze anos e me chamo amanda. meu terapeuta falou que seria legal se eu tivesse um diário para analizar a minha vida de outro ponto de vista, não acreditei muito nele, mas minha mãe me forçou a fazer o que aquele cara manda.

é tão típico da minha mãe fazer isso. ai, não aguento minha mãe algumas horas, sabia? ela é tão mandona, tão cheia de si, tão "faça isso porque eu não faria aquilo". tudo isso pra esconder frustração. ela é tão frustrada quanto qualquer pessoa do mundo, só que não demonstra. eu demonstro e acabo indo ao psicólogo... mundo injusto.

não sei por que minha mãe queria tanto que eu fosse ao psicólogo. minha vida é tão normal, eu sou adolescente, porra! não gosto da escola, aquela gente me enoja, não gosto do curso de inglês, não gosto de fazer lição, trabalho, prova... eu gosto de ficar na internet conversando com meus amigos no msn. pelo menos eu tenho amigos, mesmo que morem em outras cidades.

minha cidade é algo que me irrita também. é tão pequena, tão cheia de nada, como que a minha mãe espera que eu saia da frente do computador se não tem nada pra fazer, ninguém legal pra conversar? aff...

tá, mas vamos começar esse negócio logo, já que eu tenho que fazer. o mais chato é ter que escrever isso tudo a mão. se pudesse digitar seria tão mais fácil, mas não, a megera me comprou um caderno ou agenda (não sei ao certo) pra que eu escrevesse como ela quando era adolescente. faça-me o favor! tem uma coisa que se chama evolução, acho que ela não sabe o que é. seria tão mais fácil criar um blog...

sempre achei diários idiotas. principalmente aquela gente que escreve "querido diário, ...". só tenho uma palavra pra isso: CAFONA. mas o diário vai ter que ficar pra amanhã. tá tarde e se eu perder a hora pra escola minha mãe vai ter um parto. até amanhã, então, você que está aí e que não existe.