24.1.09

a menina doente

era uma vez uma menina doente. ninguém sabia qual doença ela tinha ao certo, se era uma doença psicológica ou uma doença real e bem mortífera. ela sempre falava sobre a doença como se ela fosse real, sem maiores problemas, e vivia sua vida como se não tivesse doença alguma - nem mental nem real.

seus amigos ficaram abalados ao saber da notícia sobre a enfermidade. todos ficaram preocupados e tentaram ajudá-la em todas as formas possíveis, a chamando para sair para se distrair e se divertir, atendendo ao telefone altas horas da madrugada para ela ter com quem conversar, não declinaram convite algum para qualquer coisa que ela os convidasse, sempre acreditando que ela teria somente mais um ano de vida. queriam aproveitar sua companhia ao máximo.

eis que, um dia, ela bebeu demais e passou mal. teve alucinações, viu gente morta, parou de sentir partes do corpo, vomitou, sangrou, ficou sem ar, e seus amigos lá, tentando ajudá-la. tentaram ligar para o resgate, que se negou a comparecer. ficaram lá, sem saber o que fazer com sua amiga alucinando.

enquanto ela passava mal, sua mãe a ligou para saber como ela estava. afinal, ela tinha uma filha doente que precisava de atenção constante. uma amiga dela atendeu o telefone e falou que sua amiga estava dormindo. a mãe pediu para falar com a filha. o telefone foi levado para a moribunda.

a moribunda que estava vendo gente morta voltou à realidade em um segundo e falou com sua mãe como se ela não fosse o garotinho do sexto sentido. desligou o telefone, ficou bem por algum tempo e começou a ver gente morta novamente até adormecer.

quando adormeceu, seus amigos saíram do quarto para dar-lhe privacidade e descansarem, era uma situação um tanto amedrontadora para eles. estavam acostumados com bêbados normais, não bêbados que viam gente morta e deixavam de sentir partes do corpo.

enquanto todos estavam tentando se divertir um pouco, um dos amigos foi dormir na mesma cama que ela. quando uma das amigas dela foi lá ver se ela estava bem e respirando, ela nota seus dois amigos se agarrando em vias de começarem a fornicar em sua cama. ela ficou brava, expulsou o amigo do quarto e se indagou se ela estaria doente mesmo ou não. porque, de uma hora para outra, parar de ver gente morta e começar a sentir todas as partes do corpo novamente é algo bem suspeito.

a suspeita foi dividida entre seus amigos mais próximos e todos começaram a se indagar sobre os ocorridos daquela noite. estaria ou não realmente doente a amiga deles? chegaram à conclusão que doente ela estava, só não sabiam se era uma doença psicológica ou uma doença real. depois do quase sexo com um amigo ela perdeu um tanto de sua credibilidade e se prontificou a mostrar que estava realmente doente. começou a sangrar em uma parte do corpo em que ninguém poderia ver, fumou um cigarro e dormiu de novo.

alguns de seus amigos tiveram que ficar acordados porque não havia lugar para eles dormirem. ficaram conversando sobre muitas coisas até altas horas da manhã. então ela acordou, se despediu, se desculpou e foi embora. seus amigos passaram a ignorá-la para não brigarem com ela nem indagá-la sobre a realidade de sua doença.

ela ficou magoada, seus amigos ficaram magoados. eles não têm conversado com ela, ela tenta conversar com eles. nada foi explicado e provavelmente perderam uma amizade. e viveram felizes para sempre. alguns mais para sempre que os outros, há de se dizer.

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essa é uma história de ficção, qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência.

4 comentários:

Layana Lossë disse...

ouvi uma historia parecida com essa outro dia... dona jo, a senhorita anda cometendo plágio?
uahuahauhuahuaha

algumas situações são assim mesmo: a gente acha que não serve pra nada. depois percebe que elas dariam uma boa história.
pois é, né... que bom que a sua é somente ficção. eu não sei o que faria se estivesse no lugar dos amigos dessa menina-doente...

aline disse...

olha, ela é doida. mas ela precisa de atenção, será? não sei!

mas acho que um pouco de loucura todo mundo tem. alguns mais que os outros, mas tem.

Julia. disse...

Nossa, conheci uma história muito parecida. Sim, não, talvez?

aline disse...

tenho histórias pra você tbm! :D