31.3.11

boate versus boate itinerante

não há muita diferença entre o transporte público paulistano e as casas noturnas, boates, baladas, ou seja lá qual nome que você dá. é lógico que um dos dois sai ganhando, com bebidas, gente interessante se encostando, um suorzinho que libera alguns ferormônios e vira aquela loucura. também tem a música. sentir os graves fazendo seu corpo tremer e dar aquela sensação de prazer que é difícil de conseguir em outros lugares. vejamos, então.

você vai à boate está cheia. cheia como um ônibus às sete da manhã. a música toca alta e você não decide o que vai ouvir, algum dj o faz. assim como nas boates itinerantes que atendem a periferia, desde o advento dos celulares com alto falantes temos alguns djs em cada coletivo dessa cidade, e não, você também não decide o que vai ouvir, é o dj da periferia em ação. no entanto, os graves dos celulares não são potentes para fazer o corpo tremer, mas, em contrapartida, existem os buracos e os trilhos. treme. treme muito. treme mais do que a boate no ápice.

não importa a boate que você frequente, sempre, invariavelmente estará quente. assim como não importam as condições climáticas, nos coletivos sempre, invariavelmente estará quente. mas aí tem as bebidas, sempre um balcão chamativo com umas luzes bonitas e muitas garrafas nas estantes atrás dos bartenders. e a luta colossal para conseguir ser atendido e pedir uma garrafa de água que custa cerca de cinco reais ou uma lata de cerveja por uns seis reais e fora isso o preço só sobe. no coletivo o tiozinho te vende a mesma água por cerca de um e cinquenta e ainda te serve no lugar, com um sorrisão sincero no rosto. não há luta, não há ninguém praticamente implorando para ser servido. tem variedade também, sorvete, cerveja, iogurte, salgadinho, bala, chiclete, chocolate na promoção, três por um real.

convenhamos, os dois lugares sempre estão cheios. sempre tem gente suada se roçando, e também tem os flertes e a azaração marota entre pessoas. além das filas para entrar e o tempo absurdo para conseguir fazê-lo. não pode-se esquecer da entrada, as itinerantes tem preços mais populares a cerca de três reais - e você ainda pode descer e entrar em outra boate vip, sem pagar nada. as fixas oferecem o mínimo a cerca de vinte reais e tem a filosofia do "saiu, se fodeu, paga de novo pra entrar em outra". e depois do advento da lei antifumo em são paulo a pouca diferença diminuiu ainda mais. nos dois lugares você não sai com cheiro de fumaça e os pobres fumantes tem que sair para fumar, tanto em um como no outro. tirando a leve disparidade de que quando entrar em uma boate regular você sairá exatamente no mesmo lugar que entrou, na boate popular você sai em um outro lugar, outro bairro, outro mundo.

no fim: música que você não escolhe, gente se roçando, azaração, suor. ônibus ou boate, tanto faz.

Um comentário:

Fer4 disse...

Verdade. Eu danço no busão. Graças a deus ninguem dança comigo.