uma jovem senhora, lá pelo fim dos vinte, se achava a espertalhona. tinha problemas como todas as outras pessoas, mas tendenciava a achar que tudo era relacionado a ela. não que algumas situações realmente fossem, mas a frequência era tão ínfima que não valeria para as estatísticas. essa jovem senhora era amável, tentava fazer as coisas certo e morria de medo de perder alguém que amasse, morria absurdamente de medo. ela fazia de tudo para não perder alguém, e com isso, sempre acabava perdendo só por achar que era tudo relacionado a ela.
eis que essa jovem senhora encontrou um senhor. senhor mesmo, com bastante experiência e conhecimento. ele se interessou pela jovem senhora, achou que poderia ensiná-la diversas coisas que ela demoraria bastante tempo para aprender. pensou que poderia ensiná-la sobre as estrelas e os planetas, sobre deus e demônios, sobre a inconstância do certo e do errado, sobre a vida e tudo mais. o tipo de coisa de gente mais velha, que quer mostrar para o mundo jeitos mais fáceis de viver a vida, adora. conversavam, eram amigos, ele a aconselhava e ela o entretia. puderam construir uma boa amizade com base na confiança que havia entre os dois.
um dia, essa jovem senhora encontrou um rapaz e foi toda contente mostrar para o senhor a mais nova aquisição emocional que o rapaz lhe proporcionava. o senhor olhou bem, juntou fez as contas, reparou nas coisas e concluiu: o rapaz não ia fazer o que ela esperava que fizesse. como bom amigo, ele respondeu a verdade quando ela lhe indagou sobre o rapaz: "desculpe, mas ao meu ver ele não quer nada com você." ao ouvir e entender a opinião do querido amigo a jovem senhora continuou tentando com o rapaz. não que ela devesse acatar à opinião do senhor. não, ela tinha mesmo que tentar o que achava certo, mesmo que no fim ela visse que estava errada e só pudesse aprender com a situação.
mas, infelizmente, ela não era uma jovem senhora que aprendia rápido e a mesma coisa aconteceu muitas vezes durante os anos. tantas e tantas vezes que ela achou que era o senhor que não permitia que as coisas funcionassem como deveriam. então, uma hora, ela decidiu não contar ao senhor o mais novo comprimido de felicidade que encontrara: um rapazote com idade similar à dela. e o rapazote era muito bem intencionado do seu jeito próprio, não é o senso comum de boas intenções, mas ele se esforçava para fazer a jovem senhora feliz.
não demorou para o senhor perceber a falta de confiança vinda de sua amiga. ele ficou triste, porque acreditava que confiança e a verdade sempre foram seu guia de moralidade, as regras inquebráveis. e ela quebrou as regras. como estava triste e magoado, o senhor mostrou para ela o que ela havia feito e decidiu que seria melhor se afastar porque não há amizade se não há confiança.
a jovem senhora ficou muito triste, afinal o senhor era um bom amigo. então, o rapazote, que não queria vê-la triste, usou de algumas artimanhas muito bem trabalhadas para deixá-la melhor. fazer o bem achando um jeito de fazê-la se sentir com razão, a mimando um pouco mais. o senhor percebeu o que o rapazote tentava fazer e tentou persuadi-lo a parar porque ela precisava aprender com seus erros. o rapazote se negou veementemente a parar de fazer aquilo pela amada, afinal, ele não queria vê-la triste e só tentava fazer o bem por ela. além de nunca ter gostado muito do senhor, que achava que era má influência na vida da jovem senhora e poderia estragar seus planos um tanto estranhos.
então o senhor analisou bem a situação e decidiu que era hora de parar de ser tutor dos jovens, afinal, se não querem aprender, não há nada que possa ser feito. com uma última olhada a todos ele disse: que degladeiem-se.
é curioso notar que mesmo com o senhor afastado as coisas continuaram não dando certo para a jovem senhora: logo o rapazote foi embora e muitos outros vieram e foram tão rápidos e tão rasos como tudo que já havia acontecido. só parou no dia que a jovem senhora aprendeu a lição e realmente achou alguém que fizesse dar certo.
é triste que o senhor via que o céu estava escuro, que muitos raios caíam e dizia: "vai chover".
é triste que a jovem senhora achou que o senhor era o culpado da chuva.
é triste que o rapazote não tenha percebido o que estava fazendo e acabou sendo o próximo da lista a não se entender direito com a jovem senhora. tudo porque não a deixou aprender o que precisava aprender para que desse certo.
é, essa é a minha versão da história toda. é só a minha visão e espero que não cause nenhum transtorno no seu relacionamento.
2 comentários:
algumas pessoas têm o senso de percepção mais baixo.
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