tag:blogger.com,1999:blog-17143761070920609512024-02-20T15:26:39.507-03:00fim do começo, começo do fim.cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.comBlogger158125tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-31131594944536358862011-08-03T02:49:00.002-03:002011-08-03T02:51:49.524-03:00o sonho"às vezes queria sair da realidade...", ela me disse em uma das vezes que conversamos. já tinha parado com as anfetaminas, davam energia e um baratinho gostoso, segundo ela. tinha uma vida difícil, mas com muito luxo. podia dar presentes pra mãe, comprar roupas para as irmãs e deu uma casa de presente para família que ainda morava no mato grosso.<br /><br />veio para a cidade grande quando tinha por volta dos dezoito, cheia de planos e sonhos. ela nunca me contou como começou, mas eu suponho que ela precisava de dinheiro rápido e farto. já que não tinha contatos para traficar drogas, escolheu a outra opção plausível. quando a conheci, ela já era "velha de guerra" como dizem por aí. tinha resenhas e fotos promocionais pelas áreas heterossexuais masculinas, e eram resenhas boas, devo dizer.<br /><br />atendeu aos mais diversos tipos de gente, tenho certeza apesar de ela nunca ter me contado com qualquer detalhe os pormenores da profissão. quando se conversava com ela, qualquer pessoa jamais diria que ela fazia o que fazia, se portava como uma criança pedindo um doce. às vezes comentava que ainda tinha que ir ao "cabaré", mas não passava disso.<br /><br />não cansava de me contar que estava cansada da vida que vivia, que precisava mudar de vida, mudar de ramo, mudar de estado, mudar de profissão. ouvi reclamar disso por uns três meses, se tudo isso. então passei a notar pequenas mudanças no seu cotidiano.<br /><br />ela costumava dormir pelas manhãs, ir para academia à tarde e trabalhar desde o começo da noite até o último cliente. então ela passou a acordar cedo pelas manhãs, fazer cursos, ir para academia à tarde e continuar com o trabalho à noite. fez isso por alguns meses. sempre pensando que o esforço valeria à pena, que ela mudaria completamente.<br /><br />um dia, conversando, me disse que tinha achado sua vocação. comissária de bordo. contou que estava em um ônibus que passava perto do aeroporto e viu uma comissária pronta para embarcar. de uniforme, maquiagem feita, unhas perfeitamente polidas e a malinha que é padrão. acho que ela vislumbrou na comissária tudo que ela queria ser e fazer para ganhar a vida. a comissária viajaria o mundo, era impecavelmente linda, tinha algum status, tudo o que alguém que uma mulher um pouco desesperada precisa para tomar como exemplo e fazer algo por si própria.<br /><br />na última vez que falei com ela, tinha terminado o curso de comissária. queria saber o que aconteceu, mas tendo em vista que nunca mais a vi, talvez ela tenha conseguido viver viajando. talvez a realidade esperada fosse condizente com a realidade vivida. talvez o avião tenha caído. mas, provavelmente, ela só mudou de cabaré.cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-46220422651818942862011-07-12T01:11:00.004-03:002011-07-12T01:24:15.043-03:00seu babaca"nossa! Como você conseguiu essa cicatriz?"<br /><br />"foi um acidente."<br /><br />"até parece... acidente, ela com essa forma certinha. vai conta aí, é ritual de magia negra?"<br /><br />"sério, foi acidente."<br /><br />"nem foi! fala a verdade, você é darque, não é?"<br /><br />"não, foi acidente de verdade."<br /><br />"tá bom, finge que eu acredito. conta a verdade aí."<br /><br />"você quer a verdade? então tá.<br /><br />um dia eu tava voltando pra casa do colégio quando um cara num carro me parou pra perguntar o caminho. aí, depois que eu expliquei, ele sacou uma arma e me mandou entrar. eu falei que não tinha dinheiro, que era pobre e tudo mais, mas ele me falou que não era dinheiro o que ele queria. ele me vendou, me fez deitar no chão na parte de trás do carro e, sei lá, parece que demorou muito. o carro parou. ele me tirou do carro, ainda vendada, e me levou pra dentro de um lugar. quando ele tirou minha venda eu estava num quarto de luz amarela, bem porco e bem podre. tinha umas marcas na parede e tudo mais, bem filme de terror. eu fiquei com muito medo. aí, ele tirou a roupa dele e me amarrou num gancho que tinha na parede. foi horrível. tão horrível que eu desmaiei. Quando eu acordei ele ainda estava em cina de mim. eu comecei a gritar, mas eu acho que ninguém ouviu, acho que era por causa da mordaça que ele tinha posto, não sei, não lembro direito. aí ele pegou um ferro quente e começou a me ameaçar. não sei por que aquele cara fez isso, já que ele nem me queimou, acho que era só pra manter o terror. daí ele foi embora e me deixou lá no escuro. ele me ameaçou com facas, vidros, ferro, fogo, tudo que você conseguir imaginar. ele me dizia constantemente que se eu tentasse fugir seria pior. ele fez essa cicatriz aqui pra me lembrar disso. no dia que ele fez isso, o terceiro, eu desmaiei, e, sei lá acho que o cara era burro, porque ele me amarrou, mas esqueceu de tirar a faca do quarto. quando eu acordei, não tinha ninguém lá, eu estava sangrando, mas não esperei ninguém me ajudar. desloquei o ombro esquerdo pra conseguir pegar a faca e esperar por ele com ela escondida. quando ele voltou, eu fingi que estava dormindo e peguei a faca com a minha mão livre e cortei a garganta dele. matei ele. minha sorte foi que ele caiu perto de mim e ele estava com a chave do cadeado que estava prendendo a corrente e com um celular, senão ia ficar lá pra sempre. liguei pra polícia. depois de umas duas horas eles chegaram e me resgataram."<br /><br />"Nossa, sério isso? desculpa te lembrar dessa atrocidade."<br /><br />"tudo bem, não tava falando sério mesmo. seu babaca."cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-80462516985800688302011-07-01T04:06:00.000-03:002011-07-01T04:07:02.612-03:00fotografia<a href="http://www.flickr.com/photos/c0wy/" target="_blank">http://www.flickr.com/photos/c0wy/</a>cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-9234936984957747102011-05-22T00:51:00.000-03:002011-05-22T00:52:39.790-03:00f5eu ia escrever, mas preferi ficar fechada no meu mundinho.<br /><br />lembrete: puta.cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-43422325192645160142011-04-21T02:59:00.002-03:002011-04-21T03:06:37.908-03:00visão sobre professoreseu sou inteligente. pelo menos é o que dizem. nunca reparei que era inteligente até começar a ensinar os outros. ou eu sou muito acima da média (o que eu duvido incrivelmente), ou as pessoas as quais eu ensino são absurdamente burras. não todas, lógico, mas uns 80% vai fácil pra lista de gente ts (try spanish). <br /><br />mesmo quando as pessoas ts não entendem algo eu tendencio a me culpar. eu realmente acredito que quando alguém não consegue aprender parte da culpa vem do mestre. a porcentagem de culpa, obviamente, varia de caso para caso, mas mesmo assim todas as variantes são influenciáveis pelo mestre, que, se fizer seu trabalho direito (vulgo: ter ferramentas, estar motivado e todos aqueles mimimis corporativos que me enchem o saco) culmina na equação de: mestre.(aluno.x²+y) = aprendizado. não importa o que o x ou o y representem, o mestre tem sempre algum tipo de poder sobre as variáveis. menos quando o bonitinho decide que vai morrer, mas aí já é outra história.<br /><br />uma coisa que nunca consegui entender na minha já-não-tão-curta-assim carreira é professor que não encara o trabalho a sério. quando alguém se propõe a ensinar, na minha humilde e parca opinião, deve estar realmente disposta a tal. é trabalhoso, é cansativo, é irritante às vezes, mas é de extrema importância que seja feito com a atenção e paciência necessária. o fruto do seu trabalho aparece na sua frente antes de aparecer no bolso do seu chefe. e essa é uma das poucas profissões em que isso é possível. antes de pensar se você está puto, antes de pensar se o aluno é uma anta, antes de pensar se seu patrão te explora - não gosta, vai pra cuba. tenta espanhol. -, um professor deve pensar em como fazer aquele grupo ou aquela pessoa entender o que você deve passar. o que complica é que as pessoas adquirem informação por meios diferentes. e cabe ao professor conseguir perceber a necessidade de cada aluno ou grupo e criar uma espécie de elo emocional para que o aprendizado seja mais proveitoso e menos estressante.<br /><br />por elo emocional eu digo entender a realidade do seu aluno, tentar descobrir traços da personalidade, coisas cotidianas e essa parafernalha toda que um bom observador consegue em vinte minutos de conversa livre. eu realmente acho que um professor nunca deve expor seu lado pessoal aos alunos, o lado pessoal do professor pode ser discrepante com o credo, a opinião e a vontade do aluno. quando isso acontece, dá merda. o aluno não aprende mais, porque ele não gosta de você como pessoa, sem influência nenhuma da sua didática, do método que você utiliza, do seu qi ou da sua capacidade acadêmica. eu minto para meus alunos. eu não exponho minhas opiniões a não ser que a do aluno ou do grupo sejam compatíveis. meu aluno não tem interesse em saber como está a minha vida, meu aluno não tem interesse em saber quem eu sou. meu aluno tem o único interesse em aprender, segundo meu ponto de vista - que vem funcionado.<br /><br />aí a galera vem falar "mas os alunos não estão interessados!", faz os babacas se interessarem então, oras! tudo bem que a minha realidade como professora é BEM diferente da realidade dos professores de escolas regulares, mas, porra, se o professor é professor de verdade ele consegue fazer com que os mais maloqueiros dumau se interessem pelo assunto. o seu aluno está cagando se você fez faculdade para ir para a carreira acâdemica (que é uma piada) no brasil e acabou virando professor da rede pública. isso é azar seu. isso foi escolha sua, ninguém, além de você, tem que se sentir miserável por causa disso.<br /><br />pra quem dá aula, qualquer tipo de aula, qualquer tipo de matéria, qualquer tipo de qualquer tipo: para de dar aula e vira mestre. para de dar aulinha e ministre aulas. para de dar aula e vire um professor de verdade.<br /><br />p.s. eu nunca entendi quem me pergunta "ow, você ainda dá aula de inglês?" e eu lá pergunto "ow, você ainda é advogado?", "ow, você ainda é vendedor?"? caralho, professor não é atendente de telemarketing - ou pelo menos não deveria ser.<br /><br />p.p.s. eu seria uma coordenadora pedagógica odiada pelo corpo docente, fato.cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-60734864182436724422011-04-21T02:34:00.002-03:002011-04-21T02:34:51.890-03:00f5na boa, tô me forçando a escrever esse punhado de letras. como fazer quando se tem ideias mas a preguiça ganha da vontade de escrever? tô muito relapsa, preciso escrever algum continho qualquer. nem que seja ruim. nem que seja tosco. nem que seja babaca. nem que seja como todos os outros. só pegar e escrever.<br /><br /><br />me dá um tema? obrigada.cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-36333030862950871452011-03-31T00:46:00.002-03:002011-03-31T00:49:55.067-03:00boate versus boate itinerantenão há muita diferença entre o transporte público paulistano e as casas noturnas, boates, baladas, ou seja lá qual nome que você dá. é lógico que um dos dois sai ganhando, com bebidas, gente interessante se encostando, um suorzinho que libera alguns ferormônios e vira aquela loucura. também tem a música. sentir os graves fazendo seu corpo tremer e dar aquela sensação de prazer que é difícil de conseguir em outros lugares. vejamos, então.<br /><br />você vai à boate está cheia. cheia como um ônibus às sete da manhã. a música toca alta e você não decide o que vai ouvir, algum dj o faz. assim como nas boates itinerantes que atendem a periferia, desde o advento dos celulares com alto falantes temos alguns djs em cada coletivo dessa cidade, e não, você também não decide o que vai ouvir, é o dj da periferia em ação. no entanto, os graves dos celulares não são potentes para fazer o corpo tremer, mas, em contrapartida, existem os buracos e os trilhos. treme. treme muito. treme mais do que a boate no ápice.<br /><br />não importa a boate que você frequente, sempre, invariavelmente estará quente. assim como não importam as condições climáticas, nos coletivos sempre, invariavelmente estará quente. mas aí tem as bebidas, sempre um balcão chamativo com umas luzes bonitas e muitas garrafas nas estantes atrás dos bartenders. e a luta colossal para conseguir ser atendido e pedir uma garrafa de água que custa cerca de cinco reais ou uma lata de cerveja por uns seis reais e fora isso o preço só sobe. no coletivo o tiozinho te vende a mesma água por cerca de um e cinquenta e ainda te serve no lugar, com um sorrisão sincero no rosto. não há luta, não há ninguém praticamente implorando para ser servido. tem variedade também, sorvete, cerveja, iogurte, salgadinho, bala, chiclete, chocolate na promoção, três por um real.<br /><br />convenhamos, os dois lugares sempre estão cheios. sempre tem gente suada se roçando, e também tem os flertes e a azaração marota entre pessoas. além das filas para entrar e o tempo absurdo para conseguir fazê-lo. não pode-se esquecer da entrada, as itinerantes tem preços mais populares a cerca de três reais - e você ainda pode descer e entrar em outra boate vip, sem pagar nada. as fixas oferecem o mínimo a cerca de vinte reais e tem a filosofia do "saiu, se fodeu, paga de novo pra entrar em outra". e depois do advento da lei antifumo em são paulo a pouca diferença diminuiu ainda mais. nos dois lugares você não sai com cheiro de fumaça e os pobres fumantes tem que sair para fumar, tanto em um como no outro. tirando a leve disparidade de que quando entrar em uma boate regular você sairá exatamente no mesmo lugar que entrou, na boate popular você sai em um outro lugar, outro bairro, outro mundo.<br /><br />no fim: música que você não escolhe, gente se roçando, azaração, suor. ônibus ou boate, tanto faz.cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-10785269463911606682011-03-17T00:38:00.001-03:002011-03-17T00:38:41.445-03:00fériasacho que minhas férias estão acabando.<br /><br /><br />ou pelo menos espero que.cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-88389300313997280612011-03-17T00:29:00.004-03:002011-03-17T01:39:54.467-03:00BAAAAAARH?daí que você entrou na minha vida da forma que eu menos esperava. daí que eu decidi que ia ver qual que era a da brincadeira. daí que você, de algum jeito que eu não entendo até hoje, fez com que eu não pudesse mais imaginar a vida sem você - foi trabalho de macumba, né?<br /><br />você mudou e tem mudado minha vida, você tem me feito crescer (coisa que nem o médico conseguiu) e você tem sido a excessão das excessões. primeiro porque você gosta de mim, segundo porque você gosta de mim e é inteligente, teceiro porque você gosta de mim, é inteligente e bonita. combo 3 ninguém nunca tinha ganhado.<br /><br />por mais que você ache que não tem nada a acrescentar você tem acrescentado muita coisa para mim. você tem me feito pensar nas coisas em combo e não unitárias, você tem me feito pensar nas minhas escolhas para que as coisas continuem a ser em combos. numa alusão brega, se eu fosse o século vinte, você seria o petróleo. (sem nenhuma piadinha racista inclusa)<br /><br />quanto mais tempo eu passo com você, mais eu quero passar, e isso é extremamente não-natural nesses campos de tabaco do meus domínios. eu sempre priorizei meu espaço único e intransferível, foi deveras estranho achar alguém que partilhasse o mesmo espaço que eu e não me incomodasse. e quando você está longe, eu até consigo suportar o fato de ter a cama só pra mim, mas não consigo suportar de maneira alguma a ideia de não saber o que está acontecendo com você. <br /><br />e isso não é ciúme, não é medo que você ache um corpo apetitoso, não é medo que você esteja se divertindo sozinha. é medo de que aconteça algo terrível e mortífero com você - tipo escorregar na faixa de pedestre e ser praticamente decaptada por uma moto (sim, eu pensei nessa possibilidade) -, porque eu consigo suportar a ideia de que você não queira ter mais minha presença, sério, consigo, desde que você esteja bem. e você sabe o bem que eu quero dizer. isso porque você fez com que eu colocasse você antes de mim - o que é absolutamente incomum. isso porque eu consigo compactuar com a ideia de estar novamente do jeito que eu considero normal para minha vida (o qual não é agradável) desde que você esteja bem. isso não quer dizer que eu ficaria de qualquer forma bem se você assim se decidisse por isso, eu ficaria detonada e fodida e muitos outros adjetivos ruins que se possa imaginar e que existam no dicionário, mas isso quereria dizer que valeria à pena desde que você estivesse bem.<br /><br />você quebrou muitos paradigmas que eu tinha enraizados em mim. você tem feito uma pessoa que é praticamente religiosa com hábitos babacas estar disposta a mudar todos eles para que haja uma convivência mais harmoniosa. e eu não me importo nem um pouco com isso. você tem feito tudo ficar melhor, mesmo as coisas mais escrotas e estúpidas do mundo como ter que lidar com criancinhas mimadas.<br /><br />mais uma alusão brega: se minha vida fosse o século XVIII você seria a revolução industrial. e seja lá o que você tem feito a que me referi no primeiro parágrafo, por favor, continue a fazer. você colocou minha vida em outro nível que eu achei que eu jamais iria alcançar. sou eternamente grata por tudo que você tem me proporcionado. você já superou, e, por mais insegura que você seja, você sabe disso. <br /><br /><i>you tha best evah, biatch.</i><br /><br />(as três palavras soariam totalmente irrisórias agora, privarei-me de escrevê-las, já que elas estão escritas em cada letra aqui)<br /><font color="#FFFFFFF">quero me casar com você.</font><br /><br /><b>BAHHHHHHHRRRRR!</b><br />(ela concorda com tudo e apertou o caps sozinha)cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-49675755123166579772011-01-18T06:10:00.002-02:002011-01-18T06:11:47.119-02:00a graça da vidaaí que é essa a graça da vida, sabe? a falta de ter graça deixa ela um tanto engraçada. você acorda, todos os dias, e acha um jeito de se ocupar. trabalho, escola, projetos, tv, internet, qualquer coisa. agora, por que você faz isso? já parou em algum lugar, ficou em algum canto, só olhando o que as pessoas fazem? como correm, como estão sempre ocupadas. é um jeito legal de se ocupar com a ocupação dos outros.<br /><br />por que é necessário se ocupar? é para passar o tempo ou só para não pensar? o pensamento elaborado é o que transformou o mundo no que ele é hoje, seja por pessoas se ocuparem em não pensar nas coisas que as deixariam tristes ou por justamente pensar nas coisas que as deixariam tristes, mas a chave de tudo continua sendo ele. pode-se apostar que a maioria das invenções e descobertas veio de algum ser humano tentando fugir de alguma dos pensamentos irritantes sobre a vida.<br /><br />sério, pense em newton, quando ele resolveu gastar anos da vida dele pensando no motivo que faz coisas caírem, ao invés de simplesmente flutuarem. ele não era só curioso. ele não era só um maníaco turrão. ele provavelmente era depressivo e fujão. os filósofos, esses tem grandes problemas, os caras passaram gerações pensando, em diversas formas com diversas linhas de pensamentos e não conseguiram chegar a conclusão alguma. eles deveriam ser extremamente-muito-mesmo depressivos - mas também não tinha internet nem tv na época.<br /><br />mas, uma coisa pode ser dita, se você é depressivo e não sabe o motivo, ocupe-se com algo legal e tome alguma coisa para dormir. você não terá mais problemas. pode ser qualquer coisa que te agrade, só faça. você pode ficar rico se for algo lucrativo. e está aí a graça da vida, manter-se ocupado.cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-91343100200955282372010-12-15T02:45:00.002-02:002010-12-15T02:47:29.076-02:00babaquiceas pessoas gostam do que eu escrevo. por que raios as pessoas gostam do que eu escrevo se eu nem escrevo bem e os assuntos são sempre os mesmos, super repetitivos? talvez as pessoas tenham mau gosto ou só estejam acostumadas a coisas que são totalmente diferentes das coisas que eu escrevo e isso torna as coisas que eu escrevo diferentes, inovadoras e interessantes. o que eu acho uma babaquice, porque as coisas que eu escrevo são bem idiotas. (e esse parágrafo está ridículo mas eu gostei dele porque achei babaca.)<br /><br />eu deveria estar escrevendo mais. mas eu só tenho inspiração quando eu estou triste, e eu não tenho estado triste de verdade há um tempo. e eu acho que é mentira essa coisa de inspiração por mal-do-século - é coisa muito de romântico babaca que só escrevia livro chato - porque eu acho que inspiração baseada em sentimentos, pelo menos para texto em prosa, algo meio estranho.<br /><br />o fato é: não tenho escrito porra nenhuma. e por porra nenhuma, leia, porra nenhuma. gosto de culpar a falta de tempo dizendo que eu estou trabalhando demais. e eu nem estou trabalhando tão demais assim, semestre que vem estarei trabalhando demais de verdade; se eu não escorregar, batera a cabeça e morrer no meio tempo. aí eu penso que eu estou sem inspiração porque eu estou feliz e é mais legal viver a vida do que criar histórias xis na minha cabeça num tempo que eu poderia estar vivendo a vida. o que é outra babaquice, visto que tenho meus momentos de ócio que eu poderia aproveitar para escrever. então eu percebo: eu não estou escrevendo porque estou com preguiça.<br /><br />se eu adotasse resoluções de ano novo, eu provavelmente todo ano prometeria ter mais preguiça. e todo ano não cumpriria e acharia ridículo ter prometido ter menos preguiça. mas eu acho que vou voltar a escrever mais só para provar que eu não tiro inspiração só do mal-do-século.<br /><br />é. assim o farei.<br /><br />(puta texto tosco do caralho.)cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-48094107457567403942010-10-27T07:06:00.003-02:002010-10-27T07:16:15.167-02:00terminalestou doente. doença daquelas avassaladoras que chegam como um furacão e fodem com tudo pela frente. como eu fiquei doente? não faço a mínima ideia, um dia notei uma dor chata que não ia embora em meu ombro esquerdo. não é nada relacionado ao coração, artérias ou coisa do tipo. era mais um nódulo ou coisa assim. não doía muito, nunca doeu muito, na verdade. então vieram os enjoos. os mal estares. fui levando, precisava ganhar a vida, precisava ajudar aos que me importavam.<br /><br />aguentei alguns anos, insônia, dores crônicas. médicos? médicos não, eles iam querer descobrir o que havia de errado e eu não tinha tempo. não tinha tempo para consultas, nem para exames, nem para toda a política de tentativa e erro que há em diagnósticos. depois viriam os prognósticos e eles não seriam nem um pouco amigáveis. talvez fossem, se considerasse uma amizade de férias.<br /><br />como eu sei de tudo isso? porque alguma hora eu precisei ir a um para conseguir alguns remédios para as dores, não aguentava mais tanta dor. então veio a sabatina de exames. raio x. "você tem uma massa dura aí.". ressonância magnética. inconclusivo. tomografia. "acho que precisamos de uma biópsia.". e quando os resultados chegaram, "metástase.". alguns meses nesse processo, tomando os remédios que eu queria. ainda não sei porque não tentei com aspirina primeiro. jovem para um câncer com metástase, bem jovem. pelo menos vivi o suficiente enquanto pude. apesar de que eu ache que eu trabalharia um pouco menos se soubesse que ia ser assim rápido.<br /><br />o irônico da situação é que nunca tive medo de morrer, ou da morte em si. sempre achei que algum dia aconteceria, mas que estava tão longe e tão fora de perigo que nunca achei que fosse realmente acontecer. sempre supus que morreria em um acidente súbito ou de velhice. me enganei. vai ser de uma doença que mostra que meu corpo é mais fodido que a mente de um louco, porque ele é tão louco que não consegue controlar as próprias células que se replicam.<br /><br />agora tenho nódulos por todo o corpo, alguns doem, outros não. alguns coçam, outros deixam a pele irritadiça. os últimos são os mais irritantes, porque fica tudo tão sensível que o mais leve toque traz uma dor lacinante. não dá para explicar, só sentindo para saber como é. algumas pessoas olham para mim com pena. acho que é, de certa forma, um alivio para eles. esse tipo de situação sempre nos mostra que estamos vivos e o quanto a vida é imprevisível e que seria melhor se a vivêssemos da melhor forma que conviesse.<br /><br />quimio. o tratamento é muito chato, tanto tédio enquanto tomo os remédios. e eles só me trazem mais enjoos. a parte boa de ficar doente assim é que as pessoas são sempre legais com você. afinal, é esperado que você morra a qualquer hora, ninguém quer ficar com o peso de ter tratado um pobre moribundo mal nos últimos dias de vida.<br /><br />se teve algum efeito a quimio? tirando os enjoos aumentados, nenhum. nem o cabelo caiu, acho que fizeram errado. quando eu era criança, sempre imaginei quimioterapia como umas ondas invisíveis que iam atrás só das partes ruim e as matavam, me decepcionei, remédio na veia. pena, acho que uma câmara com ondas seria muito mais bonito para um tratamento.<br /><br />como a família está levando? pelo que eu percebo ainda estão em negação, todos falando que eu vou ficar bem e isso e aquilo, mas dá para ver a esperança da cura se esvaindo nos olhos deles a cada vez que aparecem por aqui. é, não estou mais em casa, dizer que fiz amizade com os enfermeiros é clichet, então não o direi, tenho fugido de padrões desde que meu cabelo não caiu, virou quase uma missão de vida.<br /><br />confesso que dá um pouco de medo ter consciência que vou morrer em breve. uma semana, duas. um mês, dois. você começa a pensar, sabe? pelo menos eu penso sem parar no que vai acontecer quando eu morrer. se tem céu ou inferno, se tem algo, se é a ausência de tudo, se todas as coisas que dizem que existem realmente estão lá. vieram alguns padres aqui falar comigo, ver se eu queria um ombro, orientação espiritual ou qualquer coisa assim - deixei eles falarem, vale à pena fazer a vontade dos outros quando você vai morrer, assim eles ficam felizes achando que me deixaram com menos medo. mas ainda assim prefiro descobrir por minha própria experiência o que existe, se é que existe algo, do lado de lá.<br /><br />não acho que eu vá durar dois dias, vi o guia da tv, não tem nada legal passando e amanhã é reprise de hoje, a internet me entediou de duas semanas para cá. resolvi escrever para passar o tempo, espero que a minha criatividade seja suficiente até eu morrer.<br /><br />tem muitas flores aqui, já falei para economizarem e mandarem flores só no velório, não me ouvem. o que eu posso fazer? sei que cansei da sabatina de exames, cansei dos médicos com seus olhares piedosos, cansei das pessoas que eu conheço se sentindo na obrigação de estarem aqui.<br /><br />eu acho que eu vou dispensar a todos para terminnnnnnnnnnnncowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-13913767975198717752010-08-25T22:22:00.002-03:002010-08-25T22:24:05.253-03:00f5tá, né, vamos postar alguma coisa.<br /><br />tô sem saco pra escrever. na verdade, agora também tô sem tempo. entonces, my bad. foi mal aí você que gosta de ler as histórias mal escritas que eu escrevo.<br /><br />a vida tá boa, só pra sanar sua curiosidade. é justamente por isso que eu não tô escrevendo, tá sendo mais legal viver a vida do que ficar inventando história por aí. daqui a pouco aprendo a conciliar as coisas e fica tudo normal de novo.<br /><br />além disso tô trabalhando bastante. terças e quintas começo às 14h e termino às 4h. sem contar tempo de correção de lição e tal. o pior é que ainda nem dá pra gritar a plenos pulmões um "sou rica!" retumbante e sonoro. pena. aliás, estou trabalhando agora e vou trabalhar mais um pouco em alguns poucos minutos.<br /><br />fica aqui o pedido de desculpa ao leitor e digo que voltarei assim que eu aprender a conciliar a vida, o trabalho e a brinks de escrever. <br /><br />no mais, estou aceitando sugestões para contos. me dê um tema, eu escrevo quando tiver tempo.cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-11802579780596454472010-08-15T02:15:00.001-03:002010-08-15T02:17:00.664-03:00f5preguiça descomunal de escrever.<br /><br /><br />e eu tô com sono e nem vou dormir. um viva à volta ao trabalho: viva.cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-17735244697002783352010-07-27T05:29:00.002-03:002010-07-27T05:34:14.369-03:0016/03/08hoje tive um dia horrível. não foi só hoje, foi hoje e ontem, mas para mim é só hoje porque ainda não dormi e se eu não dormi o dia não mudou. tudo bem, teve uma parte super legal, mas o saldo do dia é negativo. vou contar tudo do começo, porque, aff, foi ridículo. absolutamente ridículo, ridículo demais, mais ridículo que tropeçar e cair de cara no chão na frente da sala de aula.<br /><br />domingo fiquei na casa da elisa a manhã e a tarde todas. em vez de ligar para o meu pai ou pedir carona para a mãe da elisa eu fui sozinha, de ônibus. queria pensar um tempo e seria útil o tempo no ônibus. aí cheguei em casa, abri a porta e me deparo com meu pai só de cueca no meio da sala. eu olhei para ele, ele olhou para mim e paralisou. ficou lá, com aquela cara de bobão, otário, cretino, filho da puta, infiel de merda que foi pego na mentira. se ele não tivesse feito a cara de "oops, fui pego!" eu teria ignorado o fato e ido para o meu quarto, sabe, ele estava sozinho em casa, nem esperava que eu chegasse, ele tinha direito de andar de cueca pela casa vazia. mas nããããão, para que saber mentir? tem que mostrar com o rosto que estava fazendo algo de errado e foi pego!<br /><br />aí eu fiquei com raiva saí correndo pela casa pensando que ele já tinha arrumado uma puta ou algo assim. e se fosse uma puta eu nem teria ficado tão possessa, mas, não, nem para isso o idiota serve. quando eu abro a porta do quarto dele, está lá a clarice pelada na cama fumando um cigarro com cara de quem tinha feito algo muito prazeroso. comecei a gritar feito louca que ele era um estúpido, que mal tinha enterrado a mulher e já estava com outra na cama, que ele nem tinha esperado a cama esfriar pra colocar outra mulher dentro de casa, que já ia formar família de novo, que ele era um irresponsável, que se ele quisesse comer as putas dele que fizesse num motel, porque ele não respeitou nossa família nem a mamãe e mais um monte de coisas loucas que devem ter feito todo sentido na hora que eu gritei. até que chegou uma hora que eu cansei de gritar, entrei no meu quarto, peguei algumas coisas aleatórias e saí de casa.<br /><br />quando eu já estava meio longe mandei uma mensagem pra elisa dizendo que não ia ficar em casa e depois eu explicaria. eu nem sabia para onde eu ia ou o que eu ia fazer, só sabia que eu estava muito puta com meu pai e não queria ver a cara dele por algum tempo. fiquei andando sem rumo pela cidade, até que eu cansei de andar, parei numa praça, sentei num banco e comecei a chorar. chorei tanto, mas tanto, mas tanto que se eu visse de fora até eu ficaria com dó de mim. eu nem sei porque eu estava chorando ou por que eu fiquei muito brava com meu pai. foi a pior meia hora da minha vida. eu poderia ter corrido pra elisa, ela faria tudo ficar melhor, mas eu não queria, queria ficar sozinha.<br /><br />quando eu parei de me debulhar em lágrimas um pouco uma galera se aproximou de mim. três meninos, duas meninas, tinham duas garrafas de vinho, uma pela metade. acho que eles viram que eu estava mal e quiseram fazer algo, sei lá. começaram a conversar comigo, me deram vinho, cigarro, tudo que eles tinham. que bom que ninguém estava com droga, senão eu iria experimentar. aí eu fiquei bêbada, também, nunca tinha bebido de verdade. nós conversamos sobre um monte de coisas, foi divertido. até rolei no chão! nós ficamos na praça até alguma hora que eu não sei e depois fomos para um lugar mais escondido porque não queria que meu pai me achasse, se ele estivesse procurando. ficamos juntos até de amanhecer, depois foi cada um para a respectiva casa. fui a pé para minha, passei em uma padaria, comprei um refrigerante e fui bebendo no caminho. quando eu cheguei em casa não tinha ninguém.<br /><br />a elisa me ligou de madrugada para saber o que tinha acontecido, atendi, contei por cima e disse que estava tudo bem, que tinha feito amigos. ela me pediu para voltar para casa e conversar melhor com ela, mas eu falei que nem ia porque era perigoso e tal. nem era perigoso, eu só não queria voltar e encarar meu pai. não quero olhar na cara dele. aí, ela me pediu para avisar quando eu chegasse. quando eu cheguei e não vi pai nenhum e nada de amante, liguei para elisa, disse que estava tudo bem, que eu estava em casa e que ia dormir. aí estou aqui escrevendo porque eu não consegui dormir e eu não sei o que fazer.<br /><br />meu pai ainda não voltou, mas por precaução já tranquei a porta. eu não quero vê-lo, não quero conversar com ele, não quero qualquer coisa vinda dele. aff, não acredito que metade dos meus genes são de um fornicador compulsivo e a outra metade de uma mulher mal amada que descontava toda decepção na filha dela. eu não quero esse tipo de coisa para mim, não quero ser assim, eu não quero um pai que não respeita a memória da esposa morta e já traz putas para comer em casa e economizar a grana do motel. aposto que ele já estava com a clarice antes da mamãe morrer. e a clarice, aquela vagabunda, fingiu que era legal, fingiu que era só amiga do meu pai, fingiu tudo! aff... se eu a visse agora ia falar muito pra ela!<br /><br />eu não quero ver meu pai! não quero ter que olhar na cara dele! vai ser horrível quando ele chegar, eu sei que eu não posso me esconder no meu quarto, nem fugir de casa para sempre, nem ser refugiada na casa da elisa porque acho que os pais dela não ajudariam nem um pouco nessa situação. odeio a vida! odeio meu pai! saco, vou tentar dormir e nem fodendo eu vou para escola amanhã. talvez eu vá, mas só para ver a elisa, eu preciso dela. mais tarde eu ligo para ela de novo pra explicar o que aconteceu.<br /><br />odeio minha vida.cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-14252345946786767392010-07-13T06:32:00.002-03:002010-07-13T06:34:24.493-03:00f5 - neurotransmissores fuderosos of doomo sentimento de liberdade momentânea se aproxima por um momento: em teoria acabaram-se as lições de casa. agora só faltam alguns boletins, separar por aluno e ordem numérica, grampear e uma única reunião. daí o período aproximado de extensas duas semanas de puro ócio e divertimento a valer. eu deveria estar dormindo para fazer isso um pouco descançada para amanhã mas a excitação por duas semanas sem lição é tão grande que me faz não ter sono. lição de casa de aluno sempre tira o sono, ou é porque você tem que corrigir duzentas em quatro horas ou é porque elas acabaram e você vai poder assistir toda a porcaria que você baixou no hd, ir para o botecão prometido que tá quase virando a volta de jesus - já que não dá tempo porque fim de semestre é um cu, e escrever, ler, escrever e ler e escrever. <br /><br />semestre longo. no meio dele já queria que a ciência provasse que lição de casa tem combustão espontânea e que aconteceu vanguardamente com as minhas, mas os cientistas ficam mais preocupados com coisas pífias, tipo o genoma ou a cura da aids, do câncer ou da lenda urbana da gripe do porquinho.<br /><br />aleatoriedades:<br />adoro ver os ossos da minha mão. adoro bater algum osso e sentir dor de gente magra. adoro quando marca a mandíbula ou quando os tendões do pescoço ficam salientes. adoro quando meu aminguinguinho <a href="http://praguejento.blogspot.com/" target="_blank">praguejento</a> sai comigo. vou adorar muito quando meus fones novos chegarem. adoro violinos ao fundo das músicas. adoro microfonia no começo de músicas. adoro guitarras distorcidas. adoro voz rouca. adoro o som do ride quando ele é sequinho mas mesmo assim dá pra ouvir os harmônicos no meio da música. adoro café sem açúcar. adoro mostarda. adoro pimenta. adoro vodka pura.<br /><br />adoro cigarros. aliás, se pá eu tô fumando demais de novo. ou não, se for ver, meus dias tem durado por volta de 30/36 horas. isso porque eu me forço a dormir, senão durariam mais. meus planos são de virar um zumbi em poucos anos. ficaria mais tempo acordada, se minhas costas permitirem. tô até gostando da minha dor nas costas absurda no momento, virei amiga dela.<br /><br />às vezes é um saco ser eu e tal. mas na maior parte do tempo eu lucro bastante com isso, então, <i>no complaints</i>. queria acordar um dia, um diazinho só, no corpo de outra pessoa só pra saber como funciona a cabeça de alguém que não eu. acho que eu poderia aprender bastante sobre diversos temas, seria interessante. acho que vou estudar um pouco de sociologia durante as "férias", se pá tá faltando conhecimento um pouco menos básico na área. que a força esteja com lord google por seus serviços formidáveis à sociedade.<br /><br />dica aos amiguinhos fumantes: quando seu cinzeiro começa a queimar sozinho é hora de limpá-lo. cheiro de bituca incinerada não é dos melhores. <br /><br />é incrível o que um pouco de serotonina e endorfina brincando de roda com nicotina, cafeina (e mais algumas aminas) e um pouco de sono não fazem com uma pessoa. privação de sono é a nova droga, galerë, experimente, super dica. te deixa doidão, não gasta nada, você viaja sobre hare-krishnas, muito laranja e ex-namoradas de amigas suas. mas não é só isso, quando você atinge o patamar invejável de 48 horas sem dormir você fica com bonus-combo-cheat-special e supera qualquer droga ilícita que eu já tive o desprazer de experienciar os efeitos. quando quiser parar de brincar disso, é só assistir a um documentário em streaming no google videos em que a voz do narrador se mantém constante e tem um fundinho de música clássica pra dar o elã. zeitgeist addenum funciona perfeitamente comigo, às vezes algum da bbc, mas só às vezes, porque bbc é pra galere geral e não é trüe-mothafucka-roots como os independentes. o único problema é você derrubar o computador ou dormir com a cara no teclado e acordar com o padrão qwerty estampado em alguma das suas têmporas. funciona melhor que diazepam, o valium das terras tupiniquins. mas se você é uma pessoa chata e normal que não gosta de ver até onde você é capaz de chegar e dorme oito horas por dia, todos os dias tudo isso que foi escrito nas últimas linhas é totalmente inútil.<br /><br />sexo gay, sexo lésbico, peitos, bunda, conto erótico, cu, ffuking ffantastic, two girls one cup, hardcore, bondage, submission, swallow cock, creampie, ass to mouth.<br /><br />perdão as palavras, é só pra rir de quem for cair aqui depois por causa dessas palavras. webdevelopers, cheating on google since the begining of the malandropscity.<br /><br />peguei e cansei. se pá vou dormir. provavelmente não, mas, né? <br /><br />se pá em breve tem conto novo. amanda nova também vai vir por esses dias.<br /><br />may the force be with you!cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-58161958094125378142010-07-07T01:42:00.000-03:002010-07-07T01:43:15.943-03:00mais um!REGINA, PUTA QUE PARIU!cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-18834538171321846132010-07-05T21:15:00.005-03:002010-08-25T22:33:03.080-03:00o boloera aniversário de casamento de seus pais, dia catorze de outubro, cinquenta anos de união feliz, estável, respeitosa. ela não sabia, mas eles faziam sexo até a presente data, sua mãe nunca olhou para qualquer homem e seu pai jamais quebrou os votos que fez no dia em que disseram sim na frente de um homem todo vestido de preto. <br /><br />ela era cheff de doces de um dos melhores restaurantes, sendo condecorada com prêmios algumas vezes durante sua rápida carreira. diziam que seus doces eram enviados por deus, jeová, maomé, mao tsé-tung, fidel castro porque eram quase tão bons quanto os doces que o senhor josé do boteco fazia. ninguém dizia que os ovos em conserva dele eram infinitamente mais saborosos e coloridos que os doces, mas o senhor josé também não gostava deste tipo de publicidade.<br /><br />logicamente ela foi encarregada de fazer todos os doces da festa, uma vez que o senhor josé fora um desafeto na família desde que ele deu em cima de sua mãe por três anos consecutivos, outra vez porque ele cobraria preços exorbitantes que ninguém estaria disposto a pagar. todos acharam melhor manter as coisas em família, daria um ar de intimidade aconchegante para a festa de quinhentas pessoas que viriam - das quais trezentas e setenta e nove eram totalmente desconhecidas mas tinham status.<br /><br />ela formou uma equipe com os melhores designers de doces, cozinheiros, avós e tias que ela conhecia. colocou-os todos em sua cozinha, delegou funções, formou equipes, estabeleceu prazos, metas e aplicou com maestria o conceito de linha de produção que mudou a história da humanidade. todos trabalharam com imensa sintonia e sincronismo que deixariam um relógio suíço com vergonha do trabalho mal feito e relaxado que sempre fez. o bolo seria dela, feito com destreza e alguns ingredientes secretos que ela mesma inventara. queria que o bolo fosse perfeito, digno de troféus, menções honrosas, fotos e análises para revistas especializadas, tanto por seu gosto único, sua textura firme que derretia ao menor contato com a saliva e sua decoração de extremo bom gosto e sofisticação.<br /><br />todos trabalharam perfeitamente bem, as avós e as tias brigaram um pouco por divergências de métodos, umas diziam que o certo era mexer o creme em círculos no sentido horário outras diziam que o certo era desenhar um oito mexendo. a discussão só acabou quando um cheff passou pelas panelas que elas tomavam conta e ficou embasbacado com o jeito que elas usavam para mexer e disse que todas estavam fazendo muito errado e o jeito certo era desenhando de baixo para cima castelos com oito torres no sentido anti-horário em lugares que o clima era temperado e as coordenadas geográficas eram 453.78, -324.23. elas pararam de discutir e continuaram mexendo exatamente do jeito que sempre mexeram porque nunca prestaram atenção às aulas de geografia da escola.<br /><br />quando a cozinha estava vazia e todos os doces já estavam sendo levados para o lugar que ficariam esperando a hora de serem comidos no dia seguinte ela começou a fazer sua arte. um bolo de seis camadas e meia, recheado de frutas silvestres e creme real, coberto com pasta americana multicolorida e decorado com fios dourados de marzipã. receita própria, com alguns ingredientes exóticos como noz moscada, molho de pimenta e glutamato monossódico. já tinha separado todos os ingredientes e tinha começado o trabalho duro de bater a massa para que ficasse homogênea e aerada. o forno já estava na temperatura ideal na hora que a massa estava pronta e ela a despejou em quatro formas diferentes e colocou-as ao forno. ajustou o timer e começou a preparar o recheio e a cobertura. tudo correu terrivelmente bem até a hora que ela sentiu o cheiro da noz moscada e lembrou-se da massa no forno. logicamente o timer não disparou, mas por que um timer faria seu trabalho se eles se divertem muito mais quando não avisam do tempo e as pessoas xingam muito?<br /><br />tirou as massas do forno e por sorte, muita sorte mesmo, não estavam queimadas. em contrapartida, estavam totalmente desiguais, de um jeito que não daria para consertar, e ela não teria tempo para refaze-las. enquanto se preocupava com as massas, esqueceu o creme no fogo ligado e ele foi incinerado. labaredas chamuscaram a coifa e o teto. ela foi obrigada a usar um extintor que ela se orgulhou de nunca ter utilizado por cinco anos. obviamente, depois de tanto tempo parado ele não funcionou como devia e não apagaria nem uma única velinha de aniversário das mais baratas. ela, então, tirou sua doma e começou a batê-la freneticamente no foco do fogo do jeito que se faz em filmes, depois de uns cinco minutos batendo e metade da doma queimada ela se lembrou que se desligasse o gás tudo ficaria mais fácil. saldo final: uma doma metade queimada, um creme real destruído e ela teria que improvisar qualquer coisa com leite condensado, as frutas, amido de milho, leite e açúcar. naquela hora ela suspirou e pensou que nada mais poderia dar errado, ledo engano. decidiu que faria um creme com todas aquelas frutas exóticas batidas com os ingredientes que ela dispunha, mas na hora que ligou a centrífuga houve uma explosão de baixo porte mas que foi suficientemente grande para que queimasse o pobre aparato. quando estava prestes a começar a chorar inconsolavelmente como uma criança que perdeu o brinquedo favorito lembrou-se que tinha uma bancada, um rolo de macarrão e muito papel filme. embalou a bancada inteira em papel filme, colocou as frutas sobre o papel e as triturou com o rolo de macarrão com tamanha raiva e angústia que faria a finada centrífuga achar seu trabalho inadequadamente insatisfatório. enquanto fazia a pasta americana nada deu errado e ela estranhou efusivamente o acontecido.<br /><br />por fim conseguiu fazer com que todas as etapas do bolo estivessem prontas e agora ela teria que ser malabarista para conseguir montar o bolo de seis camadas e meia com massas totalmente desniveladas, com um creme meio mole servindo de cimento e uma cobertura que não ajudava em nada para a estabilidade total da obra da engenharia que desafiaria a física moderna e tradicional se conseguisse manter-se empilhada por mais de dez minutos. tentou de muitos jeitos diferentes e o melhor resultado que conseguiu foi algo muito similar à torre de pisa. decidiu disfarçar a inclinação de quinze graus com um arranjo de flores bem volumoso e colorido, que ela compraria no dia seguinte a caminho da festa. quando ela estava limpando a cozinha e tentou mover o bolo para outro lugar e limpar a área que ele estava e suas camadas escorregaram entusiasticamente como num concurso de luta no gel. depois de alguns segundos ponderando chegou a impressionante ideia de colocá-lo na geladeira na esperança que o frio o enrijeceria e o tornaria mais apto ao transporte da cidade grande à chácara na qual a festa seria realizada. decidiu dormir na cozinha para não se atrasar no trajeto entre sua casa, pegar o bolo e ir para a comemoração.<br /><br />acordou no dia seguinte duas horas atrasada, não pensou que o timer funcionaria, então programou o celular para despertar, mas não lhe veio à mente que a bateria iria acabar quando faltasse exatos dez minutos e trinta e três segundos antes da hora que tinha sido programado para tocar do jeito que aconteceu. mas, também, quem pensaria nisso? saiu correndo para pegar o vestido na lavanderia e, enquanto estava se trocando em um farol vermelho para ganhar tempo, um motorista bateu em sua traseira de um jeito que o carro só sairia do lugar se ele conseguisse milagrosamente uma cadeira de rodas - das elétricas. ela ligou para o seguro, disse o que houve, tomou um táxi e voltou à sua cozinha para pegar o bolo. pediu ao motorista que esperasse e disse onde iam, quando o motorista começou a chiar dizendo que não colocaria seu patrimônio na áera lamacenta e perigosa para aonde ia, ela mostrou o decote, deu uma piscadela e disse que o congratularia quando chegassem ao destino. o taxista, que era um estuprador em série, achou a ideia bem interessante e topou a corrida.<br /><br />ela pediu ao taxista que fosse com muito cuidado e evitasse fazer movimentos muito bruscos para que o bolo não desmontasse inteiro dentro do carro. ele, que já estava planejando outros tipos de movimentos bruscos, concordou com o pedido e foi calmamente se dirigindo à chácara. mas em um farol vermelho, dois rapazes numa moto pararam do lado do motorista e um deles mostrou uma reluzente 45 cor de titânio e pediu educadamente pelo carro. ao entender a situação ela começou a chorar copiosamente como só quem tivesse vivenciado as mesmas coisas que ela desde o dia anterior faria. o taxista não entendeu. os assaltantes não entenderam. para falar a verdade, ninguém teria entendido o motivo de uma mulher com vestido de festa, sem maquiagem, com cara de sono e segurando um bolo torto no banco de trás de um táxi estaria chorando naquele momento. por mais incrível que possa parecer - e o que irá ser dito nas próximas linhas é realmente muito incrível -, os assaltantes notaram que aquele não era o tipo de choro desesperado ao qual estavam acostumados. ela ficou imóvel, atônita, chorando sem fazer barulho, com lágrimas rolando quentes por suas bochechas.<br /><br />os assaltantes, comovidos com a mulher atônita, perguntaram o que tinha acontecido e ela começou a contar toda história, desde o sonho de ser cheff até o momento em que ela tentava desesperadamente chegar à uma chácara, no meio do nada, segurando um bolo que se mudasse de humor desmontaria inteiro e ela nem tinha dinheiro para comprar um bolo do senhor josé do boteco. os assaltantes se dispuseram a ajudá-la, um levaria o carro para onde os assaltantes levam os carros roubados e o outro iria com ela, de moto, até a chácara para a bodas de ouro de seus pais.<br /><br />montou na moto de um jeito meio contorcionista para conseguir segurar o bolo de forma minimamente apropriada e partiram. como tudo estava dando absolutamente errado para ela, não haveria razão de mudar justo no momento que ela estava em um veículo de duas rodas, com um assaltante, segurando um bolo que implodiria a qualquer momento. um pouco antes de chegarem à chácara ouviram sirenes aproximando-se. conforme iam ficando mais perto, o assaltante se assustou, passou sobre um buraco relativamente grande para que a moto parasse abruptamente e ela saísse voando por sobre a moto. na queda ela quebrou um braço e outra coisa realmente muito incrível aconteceu - se você não achou realmente muito incrível na outra vez, deverá achar agora - o bolo permaneceu intacto, nem uma partícula de poeira grudou nele. o assaltante fugiu satisfeito sabendo que tinha feito a boa ação da vida dele e que teria uma vaga garantida no céu. felizmente, na hora do acidente, ela já estava bem perto da chácara e decidiu ir andando, contra todas suas expectativas nada de errado aconteceu no breve trajeto de cruzar a esquina do boteco do seu josé e colocar o bolo calmamente sobre a mesa.<br /><br />enquanto seus pais corriam para ver o braço absolutamente torto da filha e já formava aquela comoção cheia de "ohhhs" e "ahhhs" ao seu redor, seu pai escorregou em uma pequena poça de champanhe que jazia largada, solitária, indefesa e entediada no chão e caiu de cara no bolo o destruindo completamente. para a poça aquela foi uma brincadeira divertida e ela teria gritado "de novo, de novo, de novo!" se qualquer pessoa tivesse paciência para aprender que padrão no qual as bolhas estouram é, na verdade, uma linguagem das mais sofisticadas faladas na galáxia. para o pai foi um dos momentos mais vexatórios da história de sua vida, só perdendo para o dia em que sua esposa pediu que tomasse a pílula azul. para ela foi como se tudo que houvesse de bom no mundo morresse no momento que o bolo fora destruído, sério, você jamais ficou tão triste quanto ela naquele momento. para o resto das pessoas só foi muito engraçado mesmo. pelo menos seu pai disse que o bolo estava muito saboroso.cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-46716613058509693732010-07-02T06:25:00.001-03:002010-07-02T06:28:19.150-03:00fériastô de férias daqui até eu cansar. e a vida vai bem, obrigada.<br />um beijo.cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-88093991497943705632010-06-29T04:57:00.001-03:002010-06-29T05:00:14.458-03:0025/02/08hoje faz dois meses que a mamãe morreu. sinto falta dela, mas nem é tanta. já tinha semi acostumado a ficar sem ela em casa por causa do tempo no hospital e tal. estou me dando super bem com o meu pai, a gente tem saído bastante e feito coisas tipo família. na maioria delas a elisa tá no meio. acho que ele aprendeu a lidar com a namorada da filha e encara como se fosse outra filha, sei lá. de vez em quando a clarice vai junto. acho que ele tá tendo um caso com ela, vou investigar melhor e ver o que eu descubro. se ele estiver tendo um caso com ela eu vou ficar muito puta. e nem sei por que, mas vou ficar.<br /><br />as aulas voltaram semana passada, a amanda tá na mesma classe que a minha. tenho conversado bastante com uns dois meninos e uma outra menina. acho que os meninos são gays ou vão ser, a menina parece ser hétero. eles tem ficado perto de mim e da elisa na escola, passar intervalo junto e fazer trabalho, essas coisas. acho que só fazem isso por causa da elisa, que é super sociável e popular. não sei como ela consegue essas coisas e também nem sei como ela gosta de mim, mas o importante é que ela gosta. as aulas tem sido um saco, como sempre.<br /><br />a elisa tem dormido em casa umas três vezes por semana, depois da viagem no carnaval com a família dela os pais dela tem estado muito legais com a gente. nossa! nem contei da viagem. os pais dela me chamaram para ir à chácara deles no carnaval, meu pai deixou, fui. foi super divertido, teve alguma festa estranha lá que é tradição na família dela, comi até sentir a comida na garganta. fiquei uns quatro dias lá, conheci a família dela bem nesse tempo e deu pra ver por que ela é do jeito que ela é. algum dia vou escrever tudo sobre a elisa, deve ficar mais fácil de entender alguém quando você escreve tudo sobre ela em um pedaço de papel. mas acho que os pais dela gostaram bastante de mim, e aí eles ficam mais legais comigo e com ela passando tempo comigo.<br /><br />com a elisa tá tudo bem, estamos namorando oficialmente. ela que pediu, disse que eu a completava e que ela não precisava de mais ninguém. achei super fofo! temos nos dado cada vez melhor. tenho passado algum tempo na casa dela também, meu pai encoraja, acho estranho. eu tenho uma namorada agora, ela é linda e gosta de mim.<br /><br />vou embora agora que eu tenho que fazer trabalho de história.cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-21508722742236857392010-06-17T07:00:00.001-03:002010-06-17T07:01:28.173-03:00f5eu teria que atualizar isso mas tenho preguiça. semestre tá acabando e eu tô cheia de trabalho, como todo fim de semestre.<br /><br /><br />depois escrevo algo melhor.cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-21485593669159170222010-06-05T06:22:00.002-03:002010-06-05T06:30:26.272-03:00biografia dos doze alteradajoão, 27 anos, editor de vídeo. cheirava cocaína e bebia loucamente. nunca viu qualquer sentido na vida e a gastou toda tentando se divertir a valer. quando não estava bêbado ou entorpecido com qualquer substância, gastava seu dinheiro com prostitutas ou assistia pornografia. quando não estava fazendo qualquer dessas coisas ou tocava guitarra ou dormia. nunca teve qualquer relacionamento sério em sua vida, aparte da primeira namorada aos sete anos de idade, mas este ele não considera como um relacionamento porque nunca viu os peitos dela. morreu de cirrose hepática por abuso de substâncias e má alimentação.<br /><br />pedro, 35 anos, pastor. desviava dinheiro da igreja, gostava muito de seduzir as beatas, principalmente as de quinze anos. gastava suas horas vagas fumando maconha nos fundos da capela enquanto algum menino fazia favores sexuais para ele. quando não fazia essas coisas, dormia ou estudava manipulação de massas e publicidade por conta para conseguir mais discípulos. foi assassinado pelo primo de uma das beatinhas que descobriu que ela não era mais virgem e que tinha sido o pastor o causador da desonra.<br /><br />tiago, filho de marcelo, 45 anos, contador. era viciado em jogo e álcool. perdeu sua família pelos transtornos que causou. sua ex-esposa o processou por maus tratos e o proibiu de ver seu casal de filhos. nunca quis procurar ajuda e decidiu se livrar dos vícios sozinho. falhou miseravelmente. cometeu suicídio decepando sua mão esquerda e sangrando até a morte. não deixou carta de despedida e foi achado três semanas depois do ato, devido ao mau cheiro.<br /><br />paulo, 52 anos, gerente de banco. masturbava-se compulsivamente, de duas em duas horas, o fazia mais por hábito do que por prazer. teve uma vida vazia do começo ao fim. nunca realizou sonho ou ideal algum porque sempre achava que a hora certa chegaria. foi encontrado morto no banheiro do banco em que trabalhava, estrangulado por sua própria gravata com a genitália à mostra. só ele sabe que foi o melhor orgasmo de sua vida.<br /><br />judas tadeu, 14 anos, estudante. sua vida ia bem até dizerem que ele era um traidor de jesus diariamente por sete anos, quando, na verdade, não era. isso o estimulou a procurar um lugar em que seria aceito sem a ridicularização alheia. virou aviãozinho do traficante mais graduado da favela vizinha. foi morto em uma troca de tiros entre polícia e traficantes por uma bala perdida. sua mãe deixou de frequentar a igreja depois disso.<br /><br />simão, 28 anos, jogador de futebol. foi criado por sua mãe que era diarista. nunca tiveram muito dinheiro e quando bem jovem decidiu que daria uma vida decente para sua família. através de muito esforço galgou seu caminho para o estrelato. quando estava em seu auge teve cinco mulheres e dois homens ao mesmo tempo. não assumiu nenhum dos quatro filhos que alegaram serem dele, comprou uma casa na periferia e deu à sua mãe. morreu de ataque cardíaco no meio de uma partida, o que ocasionou que seu time perdesse a partida e na perda de algumas centenas de milhares de reais em publicidade.<br /><br />mateus, 37 anos, concursado e trabalhava na receita federal. nunca fez qualquer coisa que valha a menção, então sua vida foi o velho jargão da biologia: nasceu, cresceu, reproduziu-se e morreu. acidente de carro, ocasionado por um motorista bêbado.<br /><br />tiago, filho de jeremias, 47 anos, professor de educação física. saía com alunos do colegial e comprava bebidas para eles. escolhia alguns deles e os matava. foi um assassino em série bem sucedido por 15 anos. nunca o descobriram ou chegaram perto disso. morreu quando escorregou em seu banheiro e bateu a cabeça na quina da pia.<br /><br />andré, 34 anos, porteiro. armou um esquema para enriquecer formando quadrilha com ladrões que davam parte do lucro dos assaltos para ele. ele facilitava a entrada dos ladrões nos condomínios ou fábricas e logo depois se demitia. foi preso aos 32 anos e morreu em uma rebelião quando foi assassinado, aos 34.<br /><br />felipe, 56 anos, recepcionista de hotel. homossexual assumido e declarado desde os 12 anos. foi libertino durante toda sua juventude, tendo perdido a conta de com quantos homens já tinha tido qualquer tipo de contato sexual. nunca usou qualquer tipo de proteção e teve quatro tipos diferentes de dsts. infectou muitas pessoas pelas casas de swing e salinhas escuras da vida. morreu em decorrência a uma doença oportunista quando sua imunidade estava muito baixa por causa do vírus da SIDA.<br /><br />tomé, 45 anos, jornalista. usava de sua profissão para chantagear pequenos empresários e governantes menos graduados. ganhou muito dinheiro e deu uma infância muito confortável aos seus três filhos. teve algumas amantes e as levava em lugares caros só para mostrar que tinha dinheiro. foi uma pessoa moralmente desprezível durante toda sua vida. foi assassinado por um matador de aluguel pago por um político corrupto que estava sendo chantageado.<br /><br />bartolomeu, 58 anos, exportador. anunciava em jornais empregos para moças na europa e lucrava muito as prostituindo de forma escrava. um pouco mais adiante em sua carreira descobriu que sequestrar crianças e vender seus órgãos no mercado negro era muito mais lucrativo e começou neste ramo, além disso fazia alguns trabalhos ocasionais vendendo bebês gorduchos e rosados para casais estrangeiros que sonhavam em ter filhos. foi morto "acidentalmente" em uma ação da polícia federal para desmantelar o esquema de venda de órgãos.<br /><br />jesus, 33 anos, marceneiro. começou como marceneiro ajudando seu pai na oficina da família mas se cansou do trabalho pesado e decidiu que iria achar um meio mais fácil de ganhar seu sustento. com 13 anos passou a traficar drogas leves na escola e foi subindo de cargo com o passar do tempo. comercializou todo tipo de coisas ilegais, alcançando um império respeitoso antes da maioridade legal. apostas ilegais, prostituição, contrabando, tráfico, homicídio, era o rei de tudo. controlou tudo e todos sob seu domínio melhor que políticos, alguns até disseram que operou milagres na comunidade, mas também disseram que cometia atrocidades sem o menor pudor ou senso moral, contudo, enriqueceu muito e muito rápido. conseguiu uma legião de seguidores porque ninguém queria ficar contra o rei que foi filho do marceneiro. foi executado pela polícia quando um dos seus comparsas mais fiéis foi preso e o delatou em troca de uma pena mais branda.cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-68918907302485238052010-05-26T07:18:00.004-03:002010-05-26T22:05:02.219-03:00o triste fim do pote de nutella"você é meu nutella, é a dose diária que eu preciso de endorfina para conseguir viver durante o dia." ela disse em desespero pressentindo que aquela seria sua última conversa. estava triste, estupefatamente triste. tinha sobrancelhas, cenho, olhar que denotavam o tremendo descontentamento que ela sentia durante a conversa.<br /><br />"mas você tem que entender que eu enjoei de nutella. tenho preferido sorvete ultimamente." ele resolveu ser gentil na hora de dizer que não gostava mais dela e que já estava com outra. "eu posso ser seu sorvete. você sabe que eu posso!" estava visivelmente desesperada, seus olhos gritavam por piedade, ajuda, qualquer coisa que a pudesse lhe tirar daquela situação. a angústia crescente vindo de seu tronco à garganta gerava aquele tom de voz típico de desesperados, o tom exato de quem implora pela vida diante de seu carrasco.<br /><br />eles estavam no carro dele, ao portão da casa dela. ele havia tentado por vezes, ao longo do jantar, terminar com aquilo logo - todas sem sucesso -, tentou de forma clara e direta, com alusões, metáforas, algumas outras figuras de linguagem, toda e qualquer forma que ele achou que não seria tão rude quanto desenhar. "mas você não sabe ser sorvete, querida. você fica toda dura no frio, um duro que a colher não entra para pegar a parte mais gostosa. e sorvete, bem, sorvete casa com praticamente tudo. dá para fazer panetone de sorvete no natal, dá pra fazer sorvete empanado, dá para colocar qualquer cobertura, doce, fruta, chocolate e até nutella!". nessa hora os olhos dela marejaram, ela parecia algum animal acuado, indefeso, só esperando a hora que o predador tiraria-lhe a vida. naquele momento ela inspirava pena. "nutella combina com sorvete, tenha os dois!" ela estava desesperada, tentando se segurar na única linha que ainda não havia rompido e que dava sinais claros de que não aguentaria por muito tempo. "mas é sorvete de kiwi, kiwi não fica bem com nutella...".<br /><br />olhou para ele com ultraje. "mas você disse que nutella ficava bom com tudo! agora não combina com kiwi?! então coma os dois separados!!". ele estava começando a ficar assustado, não encontrava qualquer jeito de dizer àquela mulher que ele estava se divertindo mais com outra. "querida, eu enjoei de nutella, preciso ficar um tempo sem para ver se eu sinto falta...". chorosa disse "mas você nem sabe se gosta mesmo de sorvete... ainda mais um tão exótico como kiwi!", ele desviou o olhar para o velocímetro e não conseguiu disfarçar o semblante de culpa. ela decidiu, então, usar do último artifício que poderia ter, pisoteando em cima de seu amor próprio por conta do desespero "eu sei que eu não posso viver sem você, e eu sei que eu nunca vou conseguir. eu não sei falar nada mais forte que eu te amo e que eu sei que ninguém que te ame possa te amar mais que eu. eu só quero estar com você."<br /><br />ele se sentiu extremamente desconfortável com a declaração e tentou explicar de mais alguns jeitos menos incisivos, mas ela estava irredutível. cansado, entediado, incomodado, resolveu dar o golpe final misericordioso: "escuta, eu vou casar semana que vem. e não vai ser com você! dá pra entender isso, ou quer que eu desenhe?". ela o olhou com admiração e repulsa. pegou sua bolsa, saiu do carro e atirou a primeira coisa que poderia quebrar a janela que achou contra o carro. <br /><br />ele saiu cantando pneus e ela entrou em casa, achou no armário da cozinha um pote de nutella pela metade. procurando uma colher, abriu a gaveta com tanta raiva que a derrubou. ao perceber a situação que estava, olhou para o pote em suas mãos e o atirou com fúria e desespero contra a parede. "filho da puta, me tirou até a nutella!"cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-73900778213260628242010-05-24T16:07:00.007-03:002010-05-25T23:43:27.998-03:00a outra entrevista - parte II<b>para ler a primeira parte clique <a href="http://memoriaspostumasdecowy.blogspot.com/2010/05/outra-entrevista-parte-i.html" target="_blank">aqui</a></b><br /><br />- nossa! eu nunca pensei que deus fosse uma criança!<br /><br />ele tirou os olhos do papel, olhou para ela e disse:<br /><br />- eu posso ter a forma que eu achar mais divertida. posso ser uma mulher, se eu quiser. um homem, um cachorro, um pássaro, o sol, a lua, o oceano, tudo que eu puder imaginar. espero que você não queira que eu mostre tudo isso, para juntar toda água do oceano de volta é meio chato.<br /><br />ela estava estupefata com a visão de deus sendo uma criança que rabiscava almofadas e rolava pelo chão. então o todo poderoso, sabendo disso, se transfigurou em algo que ela pudesse reconhecer mais como o criador do universo e da vida em si. no entanto, as almofadas continuaram por lá e a iluminação continuou a mesma.<br /><br />depois de presenciar a transformação da criança na forma que ela achava mais apropriada para deus, ela perguntou:<br /><br />- mas o senhor não está ocupado com alguma coisa boba, do tipo governar toda vida do universo e tal? como tem tempo para me atender aqui sem nem me deixar esperando um segundo sequer?<br /><br />ele, com toda calma respondeu:<br /><br />- tenho o mau hábito de estar em muitos lugares ao mesmo tempo, e também faço muitas coisas por vez. as pessoas dizem que isso não é exatamente bom, mas é muito funcional, sabe? é muita coisa para fazer, se eu não pudesse fazer esse tipo de coisa, eu não teria tempo algum... e, na verdade, eu faço isso melhor quando estou dormindo. aliás, eu não governo toda a vida do universo, eu a supervisiono. mas, já que começamos falar desses assuntos burocráticos, você não acha que deveríamos começar a entrevista? burocracia por burocracia...<br /><br />ela pegou seu gravador de dentro da bolsa, apertou alguns botões e disse:<br /><br />- <i>tudo bem, então. vamos começar. segundo a entrevista com seu encarregado do equilíbrio, o senhor tem grandes planos para nós...</i><br /><br />- mas é claro! sempre tenho grandes planos para vocês. vocês foram uma das minhas experiências que mais me surpreenderam. e isso porque eu não esperava que vocês iriam evoluir da maneira que evoluíram. eu esperava mais, muito mais. <br /><br />- <i>esperava mais? em que sentido? por que?</i><br /><br />- esperava mais porque vocês foram meu primeiro projeto e, acho, todos se enchem de expectativas com o primeiro projeto. mas aí, né, deu no que deu. pelo menos os seguintes funcionaram melhor.<br /><br />- <i>os seguintes?</i><br /><br />- sim, tenho muitos outros projetos. todos mais bem sucedidos que vocês, não leve a mal, eu assumo o erro. provavelmente foi algo no meio do processo, acho que pulei algum passo ou algo assim. tento de tudo para tentar recuperar, mas ainda não consegui.<br /><br />- <i>tentar recuperar o que, exatamente?</i><br /><br />- vocês, oras. mas não adianta o que eu faça, vocês sempre estragam tudo. já tentei fazê-los serem politeístas, não funcionou. já tentei inúmeros messias, não funcionou. já tentei fazê-los super crentes e tementes à força superior - que nesse caso, seria eu -, não funcionou. já tentei fazê-los acharem que são o máximo e que nada é melhor que vocês, não funcionou. coloco cataclismos, desastres, coisas bem estranhas mesmo e nada funciona. todos me falam para abrir mão de vocês, mas eu não consigo. até criei um diabo para fazer com que vocês tenham medo e comecem a fazer as coisas certas, mas nem isso...<br /><br />- <i> falam para você abrir mão? quem?</i><br /><br />- os outros que vivem nessa dimensão. achava que eu morava sozinho? não é bem assim. vocês são o meu primeiro projeto em um centro de treinamento de criação. aqui tem muitos outros que fazem muitas coisas parecidas, melhores ou piores. tem um mundo todo por aqui, sabe?<br /><br />- <i> então isso quer dizer que somos pequenos, ínfimos, puntiformes, que não fazemos diferença alguma para qualquer coisa maior?</i><br /><br />- não é bem assim, minha querida. vocês podem não fazer diferença para o meu colega que é estúpido, mas para mim fazem. para quem me conhece também fazem. e sobre o tamanho, sim, vocês são pequenos, da mesma forma que eu sou, da mesma forma que... ah, deu para entender a ideia, não? é uma cadeia sem fim de menor para maior, até hoje nunca ninguém conseguiu chegar no começo dessa cadeia, alguns procuram, outros acham que isso é o que faz tudo ser divertido, outros acham que tudo isso é idiota e nem se preocupam, alguns chamam isso de pi...<br /><br />- <i>tudo bem, eu entendo. você disse estar desapontado conosco. algo em particular?</i><br /><br />- muitas coisas em particular. primeiro de tudo, vocês se matam. a tendência que vocês tem para matarem-se me fez perder muitos pontos e algum certo prestígio até eu conseguir fazer melhor em outra oportunidade. mas vocês se matam por tudo, por dinheiro, por inveja, por falta do que fazer e até por mim! e não importa o que eu faça, não importa que tipo de estímulo eu possa dar, vocês vão continuar se matando.<br /><br />- <i>estímulo? como assim?</i><br /><br />- estímulo, assim mesmo. ou vocês acham que, sei lá, jesus, maomé, gandhi, einstein, mozart, arquimedes, sócrates, nietzshce, foram coisas do acaso? não, estes foram criados exatamente para fazer mais ou menos o que fizeram.<br /><br />- <i>você quer dizer que eles foram induzidos a serem excepcionais? e o tal do livre arbítrio?</i><br /><br />- o tal do livre arbítrio não foi tocado. eles poderiam não fazer nada, mas fizeram. eles foram programados para isso, mas existia a chance de não funcionar. e, não se preocupe, esse tipo de coisa só acontece com alguns poucos de vocês, temos regras para isso, sabe? senão seria muito fácil criar o mundo perfeito. a grande maioria de vocês é gerada de forma aleatória de acordo com o que foi criado na raíz. por isso que eu digo que o erro é meu, para sair tanta coisa errada assim, só pode ser problema de raíz.<br /><br />- <i>e essas atitudes que você tomou, não surtiram efeito?</i><br /><br />- ah, funcionaram na medida do possível. esse tipo de medida consegue mudar uma ou outra coisa, não tudo. eles são limitados a um número bem reduzido, todos eles fizeram o possível e conseguiram bons resultados. se uma pequena porcentagem de vocês se salva, é por causa deles. só tenho que pensar sobre o que eu vou fazer com esses que se salvam, porque deve ser um tanto entediante e revoltante viver em um ambiente assim...<br /><br />- <i>e sobre as orações e os pedidos que as pessoas fazem para você? você as ouve, faz alguma coisa sobre elas? como funciona?</i><br /><br />- ouço todas. algumas são bem engraçadas, mas a maioria é extremamente entediante. me impressiona como vocês só pedem as sempre mesmas coisas e não fazem coisa alguma para consegui-las. nada cai do céu para ninguém; a não ser chuva, ou quando alguém daqui faz chover coisas estranhas, tipo, peixes para rirem de vocês. ah, e não faço nada sobre as orações, não posso, as regras, sabe? tenho que recuperá-los pelo meio certo, senão não farei progresso algum.<br /><br />- <i>interessante. e como você lida com as pessoas que o odeiam?</i><br /><br />- ah, eu as ignoro. vocês tem mania de culpar qualquer um pelo próprio sofrimento, menos quem tem que ser culpado. cada um é o causador do próprio sofrimento, nunca terceiros. mas é mais fácil para vocês, eu suponho, culpar outros. do porquê é mais fácil eu só desconfio, então não vou falar minhas suposições porque eu posso estar errado, então mais gente vai resolver que me culpar pela torradeira que queima é algo legal de se fazer. vocês realmente se dariam muito melhor se parassem de culpar uns aos outros e começassem a assumir os próprios erros e lidar com as consequências. parar com essa atitude de: "oh, a minha vida não deu certo, é culpa do meu vizinho invejoso." ou "deus me odeia, ele só acaba com a minha vida, aposto que é um prazer pessoal.", nem vizinho invejoso nem eu fizemos qualquer coisa sobre a vida de vocês, foram vocês mesmos. só assumam e lidem com isso. esse comportamento não foi culpa minha, eu vi pelo passo a passo da criação. isso é característica de vocês mesmo.<br /><br />-<i> e por que você não termina com tudo? já que tudo está tão mal assim?</i><br /><br />- porque me apeguei a vocês, oras. gosto de vocês, vocês me dão o desafio de encarar um erro absurdo que cometi todo tempo, vocês me dão chance de melhorar o que eu faço, de tentar reparar meus erros, de ir contra todos para fazer o que eu acho certo, o tipo de coisa que eu gostaria que vocês fizessem. se bem que vocês tem um problema de matriz e talvez tentem fazer isso, mas como o princípio está errado, a aplicação do resto fica conturbada... o que não impede de vocês tentarem.<br /><br />-<i> já que se apegou a nós, quais são as medidas que você vai resolver tomar daqui para frente?</i><br /><br />- estou pensando ainda. provavelmente algo com diminuir o número de vocês, escolher os melhores e deixá-los fazendo o resto do trabalho, para ver no que vai dar. é um bom experimento, se funcionar posso conseguir a entrada para uma boa instituição. só por ter conseguido superar o tipo de problema que vocês apresentam. mas, para conseguir fazer isso, eu preciso de autorização, documentação em três vias, projetos e mais algumas coisas.<br /><br />-<i> e o que aconteceria com aqueles que não atingirem os patamares necessários?</i><br /><br />- eles provavelmente serão mortos.<br /><br />- <i>e o que vai acontecer com eles, depois de mortos?</i><br /><br />- exatamente o que eles esperam que aconteça. quem acha que não existe nada, vai existir coisa alguma, quem acha que vai para uma festa no pós vida, vai para uma festa. quem acha que vai para um mundo de coelhinhos brancos, é exatamente o que vai acontecer.<br /><br />-<i> é isso que sempre acontece?</i><br /><br />- só nas ocasiões especiais. nas outras não é bem isso que acontece, mas não vou entrar em detalhes.<br /><br />- <i>por que?</i><br /><br />- porque a resposta poderia afetar o desenvolvimento do projeto todo. e isso eu me recuso a fazer. já fiz uma vez e não gostei do resultado.<br /><br />- <i>afetaria como?</i><br /><br />- vocês ficariam mais cheios de si, ou menos cheios de si. felizes ou decepcionados, no fim só ia gerar caos. vocês ainda não podem ter certeza das coisas, como os outros podem. é melhor deixar quem acredita acreditando, quem não crê não crendo e quem não sabe de nada não sabendo.<br /><br />-<i>você disse que os outros podem ficar sabendo das coisas e nós não. por que isso?</i><br /><br />- porque eles estão mais evoluídos que vocês. isso não os afeta como afetaria a vocês, por isso eles podem saber de algumas coisas e vocês não. uma coisa que vocês sempre erram é que todos vocês sempre exigem a verdade mas nem todos sabem lidar com ela. a verdade gera desconforto, na maioria das vezes. desconforto gera tristeza. tristeza faz com que vocês façam besteiras. aí, vocês fazem mais besteiras e culpam uns aos outros. e assim sucessivamente.<br /><br />-<i> entendo. e como funciona o politeísmo, você já o mencionou na nossa conversa hoje. tem alguém que ajude a regular tudo? </i><br /><br />- a dimensão de vocês não, nem as outras que eu criei. mas, como eu já disse, muitos por aqui criam dimensões. e cada um cuida das suas, porque se fôssemos dividir nós realmente brigaríamos muito. o politeísmo existe na dimensão de vocês, mas todos os diferentes deuses são diversas formas que me apresento, só para que vocês se sintam mais à vontade. então, quem quer venerar o sol, pode e deve. quem quer venerar o oceano, pode e deve. alá, deus, oxalá, adonai, krishna, zeus, thor, todos são eu.<br /><br />- <i>se todos são você, por que todas essas discrepâncias nas religiões?</i><br /><br />- religiões foram criadas por vocês, porque vocês precisam de regras. então, a maioria das religiões existentes foi criada a partir de alguém que pensou muito sobre o assunto e decidiu que as leis de conduta e comportamento que deveriam ser seguidas são frutos, única e exclusivamente, da cabeça dele. e como eu não posso me manifestar, ficou assim.<br /><br />- <i>e sobre o diabo? bem, ele existe, os motivos da existência dele são mesmo aqueles que ele disse?</i><br /><br />- sim. ele existe porque eu o criei. porque vocês só aprendem sofrendo, então precisava de algo que colocasse isso para vocês. não faço eu mesmo porque não posso interferir além de um certo ponto. na entrevista com seu pai, ele disse que era porque eu não gostaria de sujar meu nome. besteira dele! acho que ele está tão acostumado com o trabalho que desenvolve que se esqueceu de como as coisas funcionam mesmo.<br /><br />- <i> você disse várias vezes que só pode se envolver até tal ponto, sei que não é da minha conta e parece ser totalmente além do meu conhecimento e entendimento, mas por que você esta dando esta entrevista? isso não iria além do tanto que você pode desenvolver?</i><br /><br />- sim, iria, e vai. consegui permissão usando a entrevista de seu pai e os dados que foram colhidos a partir dela. bastante gente levou seu pai à sério, mas muito mais gente achou que ele fosse louco ou um bom escritor de ficção. então, com esse argumento eu consegui demonstrar que a entrevista seria um sugestivo como qualquer outro que é facilmente colocado para vocês.<br /><br />- <i>e por que eu fui escolhida para essa entrevista? por que não qualquer outra pessoa?</i><br /><br />- porque assim ficaria mais subjetivo, geraria mais dúvida e seria só mais uma sugestão mesmo. porque as pessoas vão se questionar muito mais sobre a sua entrevista do que elas questionaram seu pai. porque elas tem a visão de um deus intocável, todo poderoso, onipresente, onisciente, oni-qualquer-coisa que você quiser adicionar. e para deus conceder uma entrevista, a pessoa deveria andar extremamente na linha de todas as religiões ao mesmo tempo - o que é impossível. e, além de tudo isso, seu pai entrevistou o meu rival, pelo menos vocês gostam de achar que o diabo é isso, então, para muitos, a filha dele entrevistando deus vai soar como alguém que quer atingir tantas ou mais coisas que o pai. devo dizer foi decidido pelos outros que fosse você quem viesse me entrevistar, os que fazem as regras daqui.<br /><br />- <i> isso é realmente muito esperto. e que lugar é esse? é o céu? estou na sua dimensão?</i><br /><br />- não, essa é só uma realidade paralela no seu próprio mundo. a viagem e as coisas para distraí-la foram colocadas mais como meios para você acreditar que está em em outro lugar, fazendo o que você foi chamada para fazer. e a sua crença nisso é crucial para que você leve tudo isso a sério.<br /><br />-<i> achei muito legal! queria algumas daquelas bugingangas para mim. e anjos, eles existem?</i><br /><br />- todas essas coisas religiosas que você acreditar que existam, elas existem. a chave para tudo é acreditar. mas é lógico que se você acreditar que vai ganhar na loteria, só por acreditar e por achar que todo o dinheiro lhe faria muito bem, não vai funcionar. o problema é que muitos de vocês direcionam o acreditar para coisas erradas, então vocês não sabem do poder que vocês tem só por poderem acreditar em coisas.<br /><br />-<i> vou tentar disseminar esse pensamento.</i><br /><br />- é exatamente por isso que você está aqui. para disseminar essas ideias. e acho que você já perguntou tudo que era possível ser discutido aqui. então, eu vou, infelizmente lhe mandar de volta para sua realidade. com pesar, porque sua companhia realmente é muito agradável.<br /><br />-<i> pena, o senhor é muito bom de conversa. mas, já que é necessário...</i><br /><br />ele, então, olhou para ela, deu um sorriso, voltou a ser criança, deu uma rolada pelas almofadas e estalou os dedos. quando ela deu por si, já estava de volta no meio de transporte, com todas as coisas que a entreteram na viagem de ida. mas, desta vez, havia uma pequena placa com os dizeres: "leve o que quiser." ela sorriu e aceitou de bom grado os souvenirs.<br /><br />chegando de volta, ela foi mostrar um dos presentes para uma amiga e ele desapareceu, então ela entendeu que não deveria mostrá-los para ninguém. publicou sua entrevista em uma revista de renome, escreveu livros, ministrou palestras, ganhou mais alguns rios de dinheiro para sua família e não viveu para ver o que deus estava tentando planejar para o mundo. ou então viveu exatamente o suficiente para ver o que ele estava planejando.cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1714376107092060951.post-39232395879758167682010-05-17T00:55:00.006-03:002010-05-24T16:38:36.162-03:00a outra entrevista - parte Idepois da primeira entrevista, depois do rio de dinheiro que sua família pôde ganhar com a experiência, ela se viu em uma situação que fora descrita milhares de vezes. estava indo para uma dimensão desconhecida com uma tarefa sublime tal qual como seu pai vinte e cinco mais cedo. ela estava nervosa, afinal ninguém jamais havia realizado tal feito, e esperava por algo parecido com o que havia ouvido.<br /><br />até o momento tudo estava de acordo: a viagem estava agradável, sendo distraída com alguns objetos que eram absurdamente interessantes - para compensar a falta de janelas e de filmes que estava acostumada das viagens de avião. e não durou muito tempo, cerca de meia hora da partida à chegada.<br /><br />quando chegou, foi conduzida por um ser de aparência extremamente humana para uma área que ela não entendeu muito bem o que era. havia algumas almofadas espalhadas pelo chão, algumas plantas, era um ambiente aberto, bem iluminado - mas que não era possível saber de onde a luz vinha, um tipo de iluminação que, segundo qualquer pessoa acostumada com o sol, deveria ser adotado em todo o sistema com vida, porque era esplêndido - e havia uma criança rolando por entre as almofadas. como quem a conduziu até lá não deu maiores explicações, ela assumiu que ele estava lá para entretê-la enquanto esperava.<br /><br />olhou para os lados e decidiu sentar-se em uma almofada. não passou muito tempo e a criança veio falar com ela. eles analisaram-se durante algum tempo, ele parecia remotamente familiar. ela não saberia descrever exatamente o que lhe era familiar, mas parecia como se ela sempre tivesse conhecido a criança. além disso, ele parecia ser amável, educado e um tanto curioso.<br /><br />- posso ver o que tem nessa bolsa, senhora?<br /><br />- mmm... pode, mas para cada coisa que você pegar, você tem que me responder uma pergunta. quer brincar disso?<br /><br />- tudo bem, parece divertido.<br /><br />a primeira coisa que ele puxou foi um caneta. na mesma hora ele a destampou e começou a rabiscar uma almofada.<br /><br />- ei! não, por favor, vai estragar a almofada!<br /><br />e ela tirou seu bloco de papel e entregou à criança.<br /><br />- ó, rabisca aqui, é melhor.<br /><br />ele deu uma pequena gargalhada e perguntou:<br /><br />- você está preocupada com a almofada? não precisa, eu conserto.<br /><br />na mesma hora a almofada voltou ao normal e ele deu alguns risinhos ao ver os olhos admirados dela.<br /><br />- nossa, que legal, almofadas escrevíveis! mas agora você tem duas coisas da minha bolsa, isso quer dizer que eu tenho direito a duas perguntas.<br /><br />ele não parou de rabiscar e só consentiu com a cabeça.<br /><br />- da onde vem essa luz?<br /><br />ele parou, olhou para cima e disse:<br /><br />- não te agrada? pode mudar, ó. fala quando tiver bom.<br /><br />sem tirar os olhos do papel ele fez as tonalidades trocarem como um canal de tv durante alguns segundos enquanto ela olhava estupefata para o alto.<br /><br />- não, não é isso, pode deixar como estava.<br /><br />- ah, que bom, aquela é minha favorita de todas. dá para trocar também a paisagem, na verdade, dá para trocar tudo, quer ver?<br /><br />- não precisa, gosto desse, mas obrigada por oferecer.<br /><br />- é esse também é meu favorito. você tem mais um pergunta, não tem? mas posso te perguntar uma coisa antes?<br /><br />ela assentiu e ele prosseguiu:<br /><br />- o que você está fazendo aqui?<br /><br />- eu vim falar com alguém, fui chamada e disseram que era muito importante, então estou aqui esperando, eu acho. agora é minha vez: quem é você?<br /><br />- ah, eu? eu sou o que você chama de deus.<br /><br /><br /><b>para ler a segunda parte, clique <a href="http://memoriaspostumasdecowy.blogspot.com/2010/05/outra-entrevista-parte-ii.html" target="_blank">aqui</a></b>cowyhttp://www.blogger.com/profile/06764874103701501470noreply@blogger.com3